sexta-feira, 15 de junho de 2012

Coisas que Escrevo 34 - O Conto de uma Pequena Pedra.

Em uma terra distante, era sussurrado entre as pessoas de um pequeno povoado, um belo conto.

Neste conto, existiam três personagens.

O Vento.

O Mar.

E uma pequena Pedra.

A pequena Pedra morava em um íngreme penhasco. Tinha um gênio muito forte e sempre estava firme em suas decisões. Nada nunca a fazia mudar de idéia. Fora bem esculpida durante o seu tempo, e aprendera com o mesmo que não deveria se deixar levar por nenhum sentimento.

O Vento, infinito, de um modo sempre previsível e em uma constante. Exibia-se por poder provocar as mudanças do modo como desejasse, quando quisesse.

O Mar, por sua vez, apesar de imenso, sempre teria um fim. Sempre muito frio, porém era muito acolhedor em algumas noites em que a dona Maré subia intensamente.

O caso é que tanto o Vento, quanto o Mar, haviam se apaixonado e declarado à aquela pequena Pedra. E ela não sabia ainda qual dos dois escolheria. Pediu então, trinta dias para pensar em sua escolha.

Então, ao passar dos dias, ambos tentaram conquistar aquele rígido coração.

O Vento, a todo o momento envolvia a pequena Pedra, fosse com uma leve brisa ou até mesmo com um forte furacão. Dizia as palavras que desejava a todo momento sem se preocupar com o tempo ou com o que estava a sua volta, afinal estava ele por todo segundo a sua volta.

Já o Mar, tentava gritar e chamar a atenção ficando agitado, ou até com ondas gigantescas. Porém estava incapacitado por não estar mais perto, e nem seus gritos ou suas ondas conseguiam alcançar aquele penhasco. Só lhe restava então, observar apenas à distância o que vinha dia após dia acontecendo.

Os dias foram passando e a cada vez mais a força de lutar do Mar se esvaia por ficar apenas vendo aquela situação, onde o Vento podia fazer e falar o que tinha vontade, a hora que esta vontade aparecia. Enquanto ele ficara apenas em silêncio.

Então no último desses trinta dias que voaram, aconteceu exatamente a mesma coisa, e nada mudou. Quando o sol raiou naquela manhã, a pequena Pedra já havia tomado a sua decisão, porém, deveria esperar até que o próximo dia surgisse, para assim declarar a sua decisão. A noite ia chegando, e o Mar então se calou novamente, apenas esperando aquela última noite em que mais nada poderia lhe dar uma chance de dizer tudo o que pensava.

Na manhã deste primeiro dia depois do mês que se passou, a pequena Pedra iria lhes contar qual foi sua decisão, mas um detalhe, é que nesta nova manhã, a pequena Pedra estava totalmente encharcada.

Sua decisão?

Ela contou em um tom alto, para que ambos pudessem ouvir.

“Eu escolho o Mar.” – Essas foram as suas palavras.

O Vento então ficou indignado, pois foi com ele que a pequena Pedra passou todos aqueles trinta dias, então como ele não havia sido escolhido?

A pequena Pedra sorrindo lhe explicou.

“Enquanto esta última noite chegou, a dona Maré subiu até o meu alcance, e foi então que o Mar conseguiu me tocar uma primeira vez. O seu toque, seu carinho, foi muito mais sincero. Me disse coisas que eu tenho certeza de que fui a primeira, e que serei a última a ouvir. Ele não está com todo o mundo a qualquer hora, e também soube respeitar o seu próprio tempo. E conseguiu entrar em meu coração de um modo, que você Vento, nunca conseguiria. Eu prefiro me sentir única e exclusiva por um dia, do que em todos os outros, eu ver que sou apenas mais uma. Foi por isso que eu o escolhi.”

O Vento, louco de raiva fez então um furacão como nunca visto antes e arremessou a pequena Pedra ao longe. Pensou ele que se não teria aquela pequena Pedra, ninguém mais a teria.

Porém, o que ele conseguiu foi muito diferente de sua vontade.

A pequena Pedra caiu, e caiu com muita violência daquele íngreme penhasco. Mas caiu diretamente no Mar. Sem perceber, o Vento a jogou aos braços de outro. A jogou nos braços de quem ela desejava.

A pequena Pedra e o Mar estavam juntos agora. E nada poderia enfim separá-los.



Fernando Vilela Paciencia.


1 comentários:

Anônimo disse...

Lindoooo!!!! *-* Parabensss Fe!!!! =*

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