Há um tempo atrás, durante uma noite tranquila de verão, fui até a varanda de minha casa e comecei a olhar o céu. Estava uma bela noite sem nuvens, e onde a lua, estava cheia e por si só iluminava como se ainda fosse dia. Fiquei olhando atentamente este belo céu, mas senti falta de uma coisa, onde estavam as estrelas?
Apesar de ser uma bela noite não havia nenhuma estrela no céu, procurei e procurei, até que num ponto bem distante e afastado de tudo, havia apenas uma pequenina estrela na imensidão do céu.
Fiquei triste por vê-la ali sozinha. Não havia nenhuma outra estrela para estar com ela naquele momento. Foi então que pensei em mim, pois eu também estava sozinho. Fiquei o quanto pude do lado de fora de casa apenas para fazer companhia àquela pequena estrela.
O tempo passou e sempre que olhava ao céu a via lá, no mesmo lugar, sempre sozinha. Enquanto eu podia, ficava ali na varanda de casa. Sei que não era nada de mais, mas de alguma forma eu achava que a estava ajudando, olhando para ela, ficando ali com ela, quando eu adoraria que alguém ficasse comigo enquanto eu estava sozinho. Coisas bobas de uma pessoa sonhadora. Acho que de certo modo, estar fazendo companhia para aquela pequena estrela também me ajudava, pois enquanto eu fazia companhia para ela, ela o fazia para mim.
Nesta última noite, no entanto, me deparei com algo diferente. Olhei ao céu e aquela pequenina estrela ainda estava lá em seu mesmo lugar, mas, para minha surpresa, não estava mais sozinha. Como em um passe de mágica, repentinamente, outra estrela apareceu ao seu lado. De um dia para o outro, as coisas mudaram para aquela pequenina estrela.
Foi então que eu pensei, que apesar de estar sozinho agora, de repente, num dia como outro qualquer, pode aparecer alguém em minha vida, e essa pessoa fazer toda a diferença, entre me deixar sozinho nesse mundo gigantesco, ou me mostrar que tenho alguém ao meu lado.
Fiquei muito contente que finalmente aquela pequenina estrela tinha alguém ao seu lado, e fui ao meu quarto, onde pensei muito em tudo o que tinha acontecido e logo adormeci. Foi então que durante a madrugada, sonhei que não era mais uma pessoa. Era uma coisa bem diferente disso, e poderia estar onde quisesse e quando eu quisesse. Percebi que poderia alcançar aquele distante brilho, antes solitário nos céus e, como em um instante, me desloquei até aquela bela estrela.
Pequenina mas de um brilhante vigoroso, fez com que, mesmo em estado pasmo, eu lhe perguntasse por seu nome. Sem delongas ela me respondeu. Meu nome é Esperança.
Fernando Vilela Paciencia
terça-feira, 6 de julho de 2010
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